quinta-feira, novembro 18, 2010

Rascunhos...

Tenho no blogger 174 postagens guardadas em rascunho... que não posto por uma série de razões... Algumas sei que nunca verão a luz do dia, outras quem sabe...


Hoje (finalmente) abri o báu e dei com esta "pérola" datada de 14/02/08.

Naquele dia podia ter-te dito que o meu amor por ti já me fazia viver e respirar, mas ao invés preferi o silêncio e o veneno da ignorância. Não sei porquê! Há coisas em nós que desconhecemos ou que queremos desconhecer, como se um outro eu, poderoso, comandasse mais do que nós. Deve ser o medo, ou esta educação filha da puta que tivemos, ou as duas coisas. Também nunca te disse - ou disse ?- que sempre me enervou o teu ar picuinhas, as tuas respostas evasivas e fugitivas, a tua casa.  O que não gostei foi de viver no teu egoísmo, nas tuas desculpas, nas expectativas criadas, em mim, por ti... Não sei como é que se entende que aquele, que supomos amar, nos olhe com tanto ódio e desprezo e deixamos, em nome desse amor, que alguém nos faça tanto mal. Claro que a verdade tem dois caminhos, dirás tu. Quanto a mim, sei-o agora, confundi solidão com estar-se só. E, de certa maneira, morri. Morri lentamente. Morri ao longo de três intermináveis anos. Longos, tão longos. Se calhar, pensas que te culpo. Agora já não. Nem a mim. Agora também já não me culpo a mim. A capacidade de nos perdoarmos é a única forma que temos de nos libertarmos. Assim é. E tu? Já te perdoaste?


Adenda: Sabes, às vezes dói-me a boca, ou a pele, ou a alma tanto faz, e as madrugadas tornam-se sombrias e frias. E mesmo quando as minhas mãos vêm ao meu encontro, a memória do caos e da dor insiste em permanecer, cruel, solitária, a (re)lembrar-me o medo e o desespero das horas vazias. E choro. E se finalmente adormeço no calor da minha cama, fica-me a sensação amarga de ter (sido) amado(a) tão pouco...

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