segunda-feira, janeiro 31, 2011

Antes que seja tarde ...

O simples facto de amar
não te dá segurança para o futuro...
Assim como atirar uma semente no chão
não garante que florescerá uma rosa!

Amar vai além das tuas expectativas
O coração tem sua própria lógica,
Suas regras ainda não foram compreendidas
O caminho é sempre traiçoeiro...

A dor é companheira daquele que ama
Amar significa abrir mão de suas convicções
Significa tomar novos rumos
Tornar-se tolo e ridículo se preciso for!

Não acreditar nos conselhos
de quem já percorreu o caminho
Cada um terá que fazer o percurso
e experimentar o gosto doce e ácido
da alegria e dá desilusão...

Porque a vida é assim
Aproveita o tempo que ainda tens
Hoje pode estar tudo bem
Amanhã, talvez, não haja mais tempo!

Não deixes nada para depois
Não acumules sentimentos no peito
Desejos são para serem realizados
Segue em paz contigo mesmo!
Antes que seja tarde...

***
Eduardo Baqueiro



"Abraça tua loucura antes que seja tarde demais." [Caio Abreu]


PS: O melhor mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia... porque a vida é demasiado preciosa para a vivermos de forma insignificante!!!...

domingo, janeiro 30, 2011

...

...“Às vezes é preciso não dizer tudo, nem tudo ver. Isso chama-se indulgência, e todos temos necessidade dela.”


(August Strindberg in “La danse de mort”)

sábado, janeiro 29, 2011

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Para viver um grande amor

Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.
Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher… — não tem nenhum valor.
Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.
Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o “velho amigo”, que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.
Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.
Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.
Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.
É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor…
Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?
Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer “baixo” seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.
É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.
Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.

Vinicius de Moraes


PS: Ora nem mais!!!..

 


quarta-feira, janeiro 26, 2011

...

Esperamos sempre algo acontecer para que encontremos a n...





segunda-feira, janeiro 24, 2011

Fímbria de Melancolia

Fímbria de melancolia,
memória incerta da dor,
ouço-a no gravador,
no fado que não se ouvia
quando ouvia o seu clamor.

Porque era já no passado
o presente dessa hora
e que me ressoa agora
a um outro mais alongado.

Assim a dor que se sente
no outro obscuro de nós
nunca fala a nossa voz
mas de quem de nós ausente,
só a nós próprios consente
quando não estamos nós
mas mais sós do que ao estar sós.

Onde então estamos nós?

Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 1'

quinta-feira, janeiro 20, 2011

...

De repente apeteceu-lhe acender um cigarro.
Fê-lo sem pensar e ficou a olhar para o tecto perdida em pensamentos. E o que usualmente tinha o cheiro, a forma e a textura de milagre dentro do seu coração, tinha hoje, como em outros momentos, o sabor amargo de um vazio quase próximo do deserto que é a solidão.
O cigarro chegava ao fim, bem como a vontade de pensar ... aninhou-se na cama certa de que o sono, esse seu amigo, chegaria breve, breve ...

Divagações ...

Temos tendência a imaginar o amor como algo que existe independentemente de nós. Como algo que nos acontece de fora para dentro e não de dentro para fora. Mas só o amor que temos dentro de nós se pode exteriorizar e só aquilo que já temos podemos encontrar.
Amar não é tanto desejar ser amada – o que pode conduzir, se é que não conduz sempre, a uma forma perversa de amor – quanto desejar amar. Só podemos receber aquilo que temos e só temos o que damos. A solidão não é apenas efeito do desamor, é também condição do amor. Só o amor que alimentamos dentro de nós, a sós connosco próprios, se pode exteriorizar e tocar o outro. O Cupido existe fora de nós, ou assim o imaginamos, mas como todos os "deuses", Cupido não tem existência real fora do espaço simbólico dentro do qual adquire significado. Todos estamos expostos às suas setas do amor, mas depende de nós próprios prolongar o efeito da sua droga. Os templos que construímos fora de nós e onde objectivamos o nosso coração são apenas pó e coisa nenhuma que o tempo reduzirá a nada. Mas o templo que construímos no  coração, tem a dimensão do nosso ser e do nosso amor, e mesmo que acabe onde nós acabamos, a luz que dele irradia é provavelmente a nossa única oportunidade de tocar o Eterno...


PS: Ensinaram-nos a amar não tanto quem amamos ou quem nos ama, mas quem devemos amar e nos deve amar. Ensinaram-nos que o amor era uma predisposição natural, que já lá estava antes que nós pudéssemos decidir ou escolher. Ensinaram-nos que nada podíamos, não contra o seu poder, apenas loucura passageira, mas contra o argumento natural da sua presença. O amor já estava antes que soubéssemos amar. A estrutura estava montada e as variáveis definidas e limitadas. Cúpido tinha as suas setas e a sua sabedoria, mas o seu carácter aleatório era visto com medo e com pudor. Era impossível amar quem não estava dentro dos limites do amor ou não amar quem lá estava. Ensinaram-nos que o amor era um hábito que tínhamos de aceitar e a que tínhamos de nos adaptar. Ama(va)-se por obrigação, ou por procuração, raramente por vocação. Éramos escravos de um amor que evitava o amor, que nos protegia do amor. De um amor que matava o amor. As expressões efusivas de carinho e ternura eram reduzidas ao máximo. Não era preciso provar a existência de um amor que não poderia não existir. Tudo estava previsto. Evitavam-se desvios. Encurtavam-se caminhos. Fechavam-se labirintos. Sabíamos quem devíamos amar e quem nos devia amar. Não sabíamos quem amávamos nem quem nos amava. E essa ignorância era a única justificação desse amor...Mas não nos ensinaram, que só poderíamos contar connosco ...

quarta-feira, janeiro 19, 2011

...

Tudo é efémero ...

terça-feira, janeiro 18, 2011

Divagações...

É no silêncio das palavras, que procuro encontrar as respostas dos sentidos, das coisas que não entendo.
É no silêncio das palavras, que descanso da tormenta, que é viver em constante procura.
É no silêncio das palavras que te amo, na ânsia de ser amada. Que te quero na esperança de ser querida.
É no silêncio das palavras, talvez daquelas que nunca direi, que fica a mulher que se esconde.
É no silêncio dessas mesmas palavras, que habita a vontade de ser, de viver, de sentir que tudo vale a pena.
É no silêncio das palavras que me entrego com paixão, que me dou por inteiro...
É no silêncio das palavras que habita a alma repleta de ternura sem dono...
É no silêncio das palavras que tenho o coração a transbordar de carinho vadio.
É, por fim, no silêncio das palavras, no murmúrio do mar, no som de um suspiro, que te quero!

segunda-feira, janeiro 17, 2011

sexta-feira, janeiro 14, 2011

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Dernière pensée du jour...

Reculer pour mieux avancer ...


terça-feira, janeiro 04, 2011

Divagações

“Passamos muitas vezes do amor à ambição, mas raramente regressamos da ambição ao amor.”
Tristemente, estas são as tais linhas ténues que tão facilmente ultrapassamos, mas que, depois dificilmente conseguimos retroceder. Fazemos opções, às vezes até de forma inconsciente, e quando paramos para pensar, é tarde. Quando paramos percebemos que já perdemos coisas, situações ou pessoas que nos eram tão queridas...
No mundo em que vivemos somos (muitas vezes), impelidos a usar e abusar do nosso ser racional. Talvez porque ainda não estamos todos no mesmo grau de desenvolvimento, existe gente “pequenina” que nos tenta espezinhar e isso faz com que reagimos e nos defendamos ferozmente. Para agravar ainda mais, temos registado na nossa memória todos os erros do passado e os imutáveis medos do presente que nos bloqueiam e paralisam.
E no meio de tudo isto está a nossa intuição, tantas vezes asfixiada que mal se ouve... o grito mudo ...
A maior dificuldade surge quando de tanto nos tentarmos proteger contra os outros, acabamos por nos fechar às sete chaves no nosso “castelo”... onde nada entra e nada sai...


PS: Metade dos nossos erros na vida, vem do facto de que sentimos quando devemos pensar e pensamos quando devemos sentir. (Lhurton Collins)

sábado, janeiro 01, 2011

...



SEJAM MELHORES... SEJAM MAIS... SEJAM TUDO O QUE PUDEREM.... EM 2011