terça-feira, janeiro 17, 2006


SHIU

Gosto do silêncio.
Dos breves, preciosos e raros momentos em que nele habito e ele em mim. Em que me perco, para depois me (re)encontrar e me perder novamente.
Gosto do silêncio.
Dos tempos mortos sem nada para fazer, vontade de transpor o tempo e o espaço.
Gosto do silêncio
De quando me pareces despir com o olhar, me tocas, me beijas e abraças e não me dizes nada.
Gosto do silêncio.
Em que em múltiplos orgasmos silenciosos nos calamos por fim, tudo fica por dizer e nada por fazer.
Gosto do silêncio.
Quando me dispo e desnuda me deito, sonho e adormeço.
Gosto do silêncio
Quando trauteio em pensamento uma música inaudível ou simplesmente danço uma valsa que nunca sequer foi tocada.
Gosto do silêncio.
Quando em palavras me visto e me dispo, ponho a alma a nú e o coração renasce de novo.
Gosto do silêncio
Quando em frente ao espelho, sorrio, centelhas de luz nas púpilas e consigo vislumbrar e (quase) contar as inúmeras e finas rugas da face, marcas de traços, pedaços de vida já vivida e por viver.
Gosto do silêncio.
"O silêncio é de ouro"; " o silêncio vale mais que mil palavras"; "quem cala consente"; e quem fala não sente (acrescento eu). Por isso gosto do silêncio.
Gosto do silêncio.
Por isso beija-me, abraça-me, ama-me, mas não me digas palavras ao acaso, dessas não faço caso. Vai-te embora e deixa-me com o meu silêncio.

sábado, janeiro 14, 2006


ROSA ESPINHO

Se eu fosse apenas uma rosa, com que prazer me desfolhava, já que a vida é tão dolorosa e não te sei dizer mais nada!
Se eu fosse apenas água ou vento, com que prazer me desfaria, como em teu próprio pensamento vais desfazendo a minha vida!
Perdoa-me causar-te a mágoa desta humana e amarga demora!
- De ser menos breve do que a água, mais durável que o vento e a rosa, mais insistente que as pedras da calçada, que pisas permanentemente sem te dares conta, sem fazeres caso do mal que possas causar.
Mas não há rosas sem espinhos... E nem sempre os espinhos pertencem à rosa...

sexta-feira, janeiro 13, 2006





URGENTE (RE)APRENDER A NAMORAR

O (e a palavra) NAMORO caiu em desuso e está à beira da extinção!. Dei-me conta disso nas minhas cogitações momentâneas. A maior parte das pessoas que conheço, simplesmente, não a utilizam mais (e se calhar nem sabem o que isso é!?). Dizem "ando" com este(a) ou aquele(a), ou pior "ando mas... nem sei se ando...!!!", mas que raio significa andar com...?!!!!
Eu ando com o meu carro... (pensativa) e não "ando" com ele, apenas me leva para onde quero (muitas vezes para onde não quero..!), mas não significa que tenha algum tipo de relação com ele...
Andar com... soa-me a indefinição, a imaturidade, ausência (medo) de compromisso, "nem é carne nem é peixe", mas sim passatempo, matar o tempo, enganar a nossa solidão.
Em resumo "andar" não é mais que uma "relação" (?) em part-time, ao contrário do namoro que é suposto ser uma relação em full-time, séria, com sentido, com tudo de o que existe de bom (e de mau também).
Torna-se necessário e urgente repescar o significado do namoro e não ter medo de arriscar.
Mas, enquanto não conhecemos O(a) TAL (para namorar), vamos "andando" e andando na melhor das realidades.
Quem sabe um dia em vez de dizermos "ando com..." namoro com
... F
ica no entanto a esperança!
A propósito... eu também ando ...(??!!)

quarta-feira, janeiro 11, 2006


INTERROGAÇÕES ????????????????????????
Quem nunca se interrogou que atire a primeira pedra.
Porque é que temos a eterna "mania" de tentar perceber o que vai na cabeça dos outros?
Pura ilusão.. cada qual pensa de forma diferente e tentar adivinhar (colocar pensamentos nossos) os outros... só dá azo a confusões e mal entendidos.
O mesmo se aplica a tentar decifrar o significado (códigos) das palavras ditas pelos outros.
Cada pessoa tem uma forma própria de se expressar e de sentir. Por exemplo a palavra ADORO-TE, tem variadíssimas significações dependendo da boca de quem sai... Tantas questões que não nos levam a lado algum, talvez seja melhor perguntar à pessoa: "o que queres dizer com isso, explica-t(m) e, o que pretendes dizer, como assim, etc..." .
Evitava-se tanta inquietude, ansiedade e mais palavras acabadas em "dade".
A única explicação que encontro, é que a verdade doi mas não mata e as interrogações matam-nos dia após dia, porque vão (re)moendooooo.
Talvez por isso preferimos o massacre diário (morte lenta) ao golpe final (morte súbita) ?

????????????????????????????????????????????????????????????????????

terça-feira, janeiro 10, 2006


MEU CORAÇÃO, COISA DE AÇO
Ando a procura de espaco para o desenho da vida.
Em números me embaraço e perco sempre a medida.
Se penso encontrar a saida, em vez de abrir um compasso, protejo-te num abraço e gero uma despedida.
Se volto sobre o meu passo, é já distância perdida.
Meu coração, coisa de aço, começa a achar um cansaço esta procura de espaço para o desenho da vida.
Já por fim, dou por mim exausta e descrida, não me animo a um breve traço:
- saudosa do que nao faço,
- do que faço, arrependida.
Minha alma ergueu-se para além de ti...
Tive a ânsia de mais alto ... abri as asas, voei e parti!..."

segunda-feira, janeiro 09, 2006


ERROS...
Há certos momentos na vida, que erramos em tudo, e nada dá certo.
Nessas horas temos a ní­tida impressão de que ninguém nos ama e de que não temos nenhum amigo.
São nesses momentos que devemos nos calar e ficar sozinhos.
Sem percebermos, sentimos algo estranho, algumas lágrimas passam a rolar na nossa face. Quando isto acontece, não me assusto, pois estas lágrimas estarão lavando a minha alma.