domingo, novembro 30, 2008

Monólogo


Sem sentimentos é o vazio
Quando a tristeza nos ocupa,
Quando chega sem avisar,
E nos tira da frente dos olhos
O que de belo temos para olhar,
E nos rouba os sentimentos
Juntamente com os sorrisos...

Neste momento é chegada a hora
De reflectir um pouco...
Sentada em um dos tantos espaços da vida
Quietinha, e muito lentamente,
Vou pisando o caminho desde o inicio da mágoa,
Que é fonte da tristeza.
Sei que passarei o que resta da minha vida
Com uma lágrima nos olhos
E uma grande e pesada mágoa fechando o meu coração.
Sei que posso perceber que existe um caminho mais difícil,
E muito mais fácil de percorrer....
Sei que posso tentar me erguer
E dar o primeiro passo para a paz interior.
Porque a minha tristeza pode ser imensa,
Mas com certeza tenho por perto uma,
Sei lá... talvez pequena, Fonte de Felicidade.
Talvez...se desse uma oportunidade
E me entregar a esta pequena alegria,
Deixar que alguém se aproxime de mim...
Ou que receba o beijo carinhoso de alguém
Que precise de mim.
E se além de imensa,
A minha tristeza é irreparável e impenetrável
Não posso permitir de maneira alguma que eu própria
Dê novamente uma hipótese.
Guardo em meu coração fechado o sentimento
Que esta tristeza cria em mim.
Não consigo fugir disto!!
Tento enfrentar isto!
Eu nunca vou conseguir perceber, a dimensão da minha tristeza...
Como é grande este meu coração...
Porque mesmo com esta (tão profunda e conhecida) tristeza
Consigo ainda guardar lugar no meu coração
Existe outro espaço infinito,
E quantos e quantos momentos de felicidade
Andam aninhados dentro dele.
E, apesar de serem "momentos" de felicidade,
De não serem nem sempre eternos,
A lembrança desta felicidade permanecerá
Eternamente comigo.
Espero continuar a valorizar
Cada uma destas lembranças.
Guardo tudo isto no meu coração!!!
Cada pedacinho de felicidade,
Cada réstia, cada segundo
Que me dá força e coragem para mais um passo.
Porque a VIDA é assim....
Embora não mereça nada, a própria vida ensinar-me-á.

sexta-feira, novembro 28, 2008

Chuva

Através do vidro da janela
Como se de uma tela se tratasse
Observo a chuva que cai insistente e placidamente
Pálida, gélida
Incolor, indolor…
Intrépida por um fio
Correndo sem qualquer destino
E(s)coando sorrateiramente desafiante
Por entre as pedras da calçada
Como se na (própria) rua desfilasse
A minha própria (sombra da) desgraça...


quinta-feira, novembro 27, 2008

Última hora

A situação dos mercados financeiros é tão má, mas tão má, que as Mulheres (e os Homens, acrescentado por mim) estão a casar outra vez por amor!...

OBS: Recebi hoje está mensagem no telemóvel. Achei original e bem pensada, pelo que resolvi partilhar

segunda-feira, novembro 24, 2008

Carta a mim mesma

Desencontrei-me
E não me quero perder
Mas desencontrei-me…
Mas não sei …
Procurei-me
Neste sentir estranho
Da ausência de mim.
Engulo a secura das palavras sem fim.
Passa a vida (por mim)
No seu jeito intrépido
(Gosto) amargo de amar
Que me deixa seca por dentro
Do meu coração… não sei …
Sinto (levemente) saudades.
Pareço uma barata tonta
Por vezes...um sorriso meu
Disfarço, rio e desconfio!
Medito, escrevo e (hoje) não rimo
A dúvida persiste … tenho medo!
Sei lá....
Tanto sentimento junto.
Desencontrei-me … mas não sei
Não sei se foi de vez
Peço a Deus que não.
Trago a vida que traço
Que desenho com as minhas mãos.
A cada minuto de um tempo.
Que cada vez, não é mais meu,
De quem é? … não sei…
Mesmo que o pinte
O que vejo por fora?
Sem a força do desejo
Sem a esperança do sonho
Sem a coragem do amanhecer
Arrebato este amor para dentro,
No coração uma atitude
Santificada de perdição …
Não sei...
Só sei que me desencontrei!

[Introspecção: exame dos pensamentos, impressões e sentimentos próprios; observação e análise dos processos da própria mente; auto-exame da consciência.]

quinta-feira, novembro 20, 2008

O medo ...

Quando as pessoas que amamos nos desencantam, quando somos magoados, quando as nossas (lindas) ilusões caiem por terra, tendemos a procurar a felicidade nos prazeres mundanos, mas este tipo de "modus vivendi" traz uma sensação de vazio dificilíssima de disfarçar, não é?
Parece que nos abriram um buraco no peito… E o que é isto? Medo, medo e mais medo!
Quem não se entrega tem medo!
Quem recorre a situações fáceis tem medo!
Quem magoa os outros tem medo deles!
Quem odeia tem um medo profundo de amar.
Salta-se de situação em situação sem encontrar paz nem satisfação e claro, sem um vislumbre de felicidade!



P.S.: um post de 23/06/2007 que estava ainda guardado em rascunho... o que me passaria pela mente quando o escrevi?! Não me recordo... medo talvez!...

quarta-feira, novembro 19, 2008

Con(tra)dições

"Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar."

Fernando Pessoa

terça-feira, novembro 18, 2008

1998

Sem nada a dizer hoje ... Sinto-me assim ... seria bom que já fosse 6.ª feira ...

segunda-feira, novembro 17, 2008

Pensamento do dia

“O medo da desgraça é pior que a desgraça.” E porquê? Porque nos impede de arriscar e de lutar por tudo aquilo que desejamos e merecemos.

Rito moçárabe ou hispano-visigótico




Há muito tempo que não assistia a uma missa, ou sequer entrava numa igreja.
No sábado pelas 18h teve inicio na Sé Velha (Coimbra) a missa em rito moçárabe.
Os bancos estavam repletos de gente fascinada, tal como eu, e muitos tiveram de assistir de pé à missa da Virgem Santa Maria em rito moçárabe, acompanhada com música medieval a cargo do Coro Alberto Seiça. Senti-me em paz comigo mesma, com os outros, teletransportada para outra época, durante uma hora e trinta minutos o mundo actual que eu conheço (?) deixou de existir viajei até à idade média!
Fechei os olhos embalada pelo canto divinal...

[A primeira iniciativa do programa comemorativo dos 500 anos do retábulo gótico da Catedral Histórica de Coimbra serviu de chamariz para um povo que se percebeu não estar habituado a frequentar o templo, tantas foram as cabeças viradas para o tecto e os olhos fascinados com a rara beleza do espaço de culto.
Os «300 e tal livros», que tinham na capa a Iluminura Moçárabe do Apocalipse de Lorvão, datada do século X e guardada no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, preparados para a cerimónia esgotaram num ápice. Estiveram, seguramente, mais de 400 pessoas dentro de um espaço, por norma, pouco frequentado à hora da eucaristia. «Uma moldura humana condizente com o valor histórico da Sé Velha» ouviu-se entre os presentes.
Após monsenhor João Evangelista, pároco da Sé Velha, ter explicado não ser a missa que muda, mas a forma externa de a apresentar, o frei Geraldo Coelho Dias, que presidiu a celebração, sublinhou que «apesar do aparato que aqui vemos, não é para, verdadeiramente, fazer ou ver um espectáculo». De seguida, o monge beneditino deu conta que onde se ergue, desde há 824 anos, a Sé Velha, que disse ser uma «jóia de arte românica», existia uma pequena igreja moçárabe.
O beneditino revelou que «o rito moçárabe surgiu depois da conversão dos visigodos ao cristianismo, no período entre os séculos VI e XII». Geraldo Coelho Dias afirmou que «a Igreja tem passado e tem futuro», lembrando que «a Igreja antiga, além de defender a unidade, privilegiava as características dos povos e as suas origens». Segundo a organização do programa comemorativo, a missa em rito moçárabe representa, também, «a preocupação de uma liturgia de qualidade».
Atenta à realidade histórica, a Sé Velha, ao promover a celebração da missa de Santa Maria de Coimbra em rito moçárabe, pretendeu, «simbolicamente, enaltecer este período que antecedeu a formação do reino de Portugal e que marcou, profundamente, a nossa identidade». «Homenagear todos quantos dedicaram as suas vidas à administração, ao exercício do poder e à sociedade em geral numa exemplar afirmação de cidadania», foi outra pretensão alcançada.
Ontem, no livro distribuído aos fiéis podia ler-se a seguinte nota: «O rito moçárabe, ou hispano-visigótico, foi abolido no Concílio de Burgos no ano de 1080. A Sé Velha de Coimbra - o templo actual - abriu aos fiéis em 1184. É assim de admitir que nesta igreja, como hoje a conhecemos, nunca tenha sido celebrada uma missa em rito moçárabe». Por tudo isto, o dia 15 de Novembro de 2008 entrou para a história da Catedral Histórica de Coimbra, que deu, ontem, mais um passo rumo à sua dignificação e valorização.]

João Henriques in "Diário de Coimbra"

Próximos eventos para quem quiser ir:
  • 25 de Novembro Conferência: "Retábulo Gótico – 500 Anos" Pato Macedo - 18h30
    1 de Dezembro Concerto de Natal “9.ª Sinfonia”Ludwig Van Beethoven" - 18h30
  • 7 de Dezembro Homenagem à Rainha Santa - 11h00


sexta-feira, novembro 14, 2008

Areia das pedras salgadas

Hoje acordei com vontade de sol, calor, praia, verão e de SAL, contrastando com o frio que se faz sentir.... brrrr... Por isso deixo esta linda balada dos Alcoolémia, (praticamente desconhecidos do público em geral) o vídeo não é lá grande coisa, mas não encontrei nenhum outro... fixem-se apenas na música e na letra!)
Tive a sorte de poder ouvir (vezes sem conta :) esta música ainda muito tempo antes de ser editada, pois foi-me enviada pelo Manelito, o guitarrista desta banda rock, um amigo muito cool.
Fica aqui registado o regresso, em grande estilo, dos Alcoolémia aos palcos nacionais, depois de muitos anos à sombra. Votos de muito sucesso, que bem merecem!




... E já agora, há por aí, alguém que se lembra do velhinho êxito (1995 acho) "Não sei se mereço" ?

quinta-feira, novembro 13, 2008

Day one, day one, start over again ... Not As We

Porque há dias em que precisamos tão simplesmente de um abraço, um colo, um mimo, um ponto de repouso ... (Ser criança tem (pelo menos) esta grande vantagem).
Esta nova música da Alanis transmite-me essa sensação! Ansiosa por ouvir o (novo) álbum completo "Flavors of Entanglement" .... adoro esta mulher ... é da minha geração

quarta-feira, novembro 12, 2008

Duplo vírus

Há anos que não sabia o que era uma gripe! Gabava-me sempre de escapar ilesa, mas este ano já está! (e ainda não estamos no inverno). O vírus instalou-se e veio para ficar. Sinto-me como se tivesse sido atropelada por um camião. E como não bastasse, o meu PC (fixo) também ficou (en)gripado com vírus!! (Será coincidência ou é mesmo azar, mas todos os Novembros é a mesma coisa... 3 anos seguidos!!!!). Pura e simplesmente não arranca e não consigo configurar a internet móvel no portátil. Grrr.... malditas máquinas infernais!

sábado, novembro 08, 2008

Rosa da Vitória

Para ouvir calmamente, fechar os olhos e relaxar... uma banda islandesa chamada SIGUR RÓS, que significa "rosa da vitória", pouco conhecida entre nós, mas que eu adoro...




Tenho dificuldade em escolher...




E me decidir... por isso deixo três, enquanto vou colocar o cd ...

sexta-feira, novembro 07, 2008

Butterfly on a Wheel


Sempre me questionei... quando uma borboleta deixa a segurança do seu casulo, aperceber-se-á o quão bela se tornou?! ... Ou continuará a ver-se como uma lagarta?!....

Quando era miúda, sabia o segredo para uma vida feliz. Seguir as regras, trabalhar "arduamente" na escola... E se trabalhares arduamente na escola, a tua recompensa será... mais escola. E depois de mais escola dão-te o melhor que a vida pode dar, um emprego, dinheiro e um futuro... cheio de percentagens inacreditáveis de .... vazio. E a isso chamam uma vida feliz! Sempre invejei aqueles que nunca a questionaram! Independentemente de que o futuro traga... não o posso mudar, mas às vezes as coisas que não posso mudar, acabam por me mudar a mim!...
Quando somos crianças a vida dá-nos tudo (pelo menos para aquelas que são afortunadas), quando crescemos vai-nos retirando pouco a pouco o que nos deu!
Por vezes pensas que é suposto aprenderes alguma coisa... Sobre paciência e distância, mas no final é tudo uma questão de disciplina.
Ver as coisas que não queres ver... e seguir em frente. Após uns tempos as coisas ficam mais fáceis.
A rotina impede a tua mente de divagar. Começas a aceitar as coisas como são (os conformistas), ou como achas que deveriam ser? (os idealistas e sonhadores)...

quinta-feira, novembro 06, 2008

Devia morrer-se de outra forma...


Devia morrer-se de outra maneira. Transformarmo-nos em fumo, por exemplo. Ou em nuvens.

Quando nos sentíssemos cansados, fartos do mesmo sol a fingir de novo todas as manhãs, convocaríamos os amigos mais íntimos com um cartão de convite para o ritual do Grande Desfazer: "Fulano de tal comunica a V. Exa. que vai transformar-se em nuvem hoje às 9 horas. Traje de passeio". E então, solenemente, com passos de reter tempo, fatos escuros, olhos de lua de cerimónia, viríamos todos assistir à despedida. Apertos de mãos quentes. Ternura de calafrio."Adeus! Adeus!" E, pouco a pouco, devagarinho, sem sofrimento, numa lassidão de arrancar raízes...(primeiro, os olhos... em seguida, os lábios... depois os cabelos... ) a carne, em vez de apodrecer, começaria a transfigurar-se em fumo...tão leve... tão sutil... tão pólen...como aquela nuvem além (vêem?) — nesta tarde de Outono ainda tocada por um vento de lábios azuis...

José Gomes Ferreira

terça-feira, novembro 04, 2008

Teu aniversário

Deixei de fazer anos há anos, não porque me recuso a enfrentar a idade e todas as "maleitas", que daqui advêm... (O mundo é feito para os jovens, idade já não é sinónimo de sabedoria, mas de trapos velhos e gastos, é a sociedade em todo o seu esplendor!), mas porque não vejo ou sinto nada para festejar desde há doze anos, parei suspensa no tempo, numa era de outros tempos... tão simplesmente não sei o que comemorar! Eis-me aqui com mais um ano em cima.
Parei um minuto para pensar nos meus mortos, enquanto os "meus" vivos pensavam em mim... Obrigado amigos (poucos, mas excepcionais) pela lembrança, pelas mensagens de feliz aniversário, que sempre me surpreendem!

Pediste-me rindo, ó minha flor do deserto
Uns versos às três décadas e tal de (um) Novembro
Trinta e tal anos!... não creio, estás equivocado...
Enganas-te. (redondamente)
Que o teu o corpo já fez trinta,
Mas a alma, não, essa só fez quatro! ...