No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!
A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
--- Meu corpo!
Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!
Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!
E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...
(Florbela Espanca)
A (minha) POETISA (preferida)
3 comentários:
muito bom teu blog. Foi muito bom vir conhecer. Foi muito bom vir aqui.
maurizio
Que linda postagem da Florbela! Fiz um trabalho sobre ela na faculdade e até me deu uma certa saudade... Bjos, querida!
Uma GRANDE SENHORA, uma FLOR BELA mesmo. Bjos para vc também querida (já notei que temos muito em comum :)
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