Não tenho conseguido descodificar os dias. Muito menos enganá-los. Movo-me como por instinto e fico à espera que as horas acabem por se cansar mais depressa do que eu e decidam deixar de (co) existir. Se(i)nto-me sozinha em espaços que ainda têm pedaços de mim e dou por mim a pensar, a pedir que me deixem chorar. Só mais um bocadinho... Para ver se acordo ou se passa a culpa por não ter sabido desenhar um sorriso feliz no meu rosto de todos os dias. Doi-me a cabeça e o ouvido esquerdo! Viajo em roteiros interiores de estradas humedecidas por lágrimas que pensava já não saber chorar. Desço as pálpebras e deixo-me fatigar para que rapidamente, dentro de mim, o ondular deste estranho mar revolto permaneça quieto e lento. Uma espécie de eternidade que falsamente fabrico para que o que acontece dure mais. O que existe, exista mais. Vaguei-o por espaços e recordações e sítios que não conhecem perto nem longe. ..
São 01h36m. Faz muito que a escuridão se instalou. Ouço ao longe o ruído do mundo, da rua, da vida a acontecer. Lá fora... onde as estrelas e a lua estão demasiado altas. Os meus olhos ardem. Eu, presa no meu castelo. Sinto-me tão longe de ... (...)
São 01h36m. Faz muito que a escuridão se instalou. Ouço ao longe o ruído do mundo, da rua, da vida a acontecer. Lá fora... onde as estrelas e a lua estão demasiado altas. Os meus olhos ardem. Eu, presa no meu castelo. Sinto-me tão longe de ... (...)
.. e até a tristeza me faz sorrir! (p**a de ironia)
Estranhamente vem-me à lembrança a frase (e título do livro de António Lobo Antunes)
"Não Entres Tão Depressa Nessa Noite Escura" .... e ... (des)confortavelmente sinto-me como a Maria Clara, adulta e infeliz que no final, nas últimas linhas do último capítulo, nos confessa: «Há momentos na vida em que necessitamos tanto de um sorriso. À falta de melhor toco-me com o dedo no vidro.»
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