quinta-feira, agosto 27, 2009

Lambo as lágrimas, lambo as feridas


Hoje vou escrever por escrever,
Sem qualquer métrica ou rima forçada.
Não me importa o que possam dizer,
Se me comentarem muito ou nada.
Tenho uma lágrima estampada no rosto.
Tenho uma ferida que doi no coração.
Queimam-me os olhos como o sol de Agosto.
Molha-se-me a alma em desilusão.
Ninguém sabe quem eu sou!
Ninguém conhece a minha essência.
Sequer a minha inocência...
Sou a folha que o tempo não queimou!
Sou tempo que o vento apagou!
Um rabiscado livro da minha existência!
Sou um emaranhado novelo!
Eterna dor de cotovelo!
Estou imensamente triste!
E de dedo em riste!
Sou brazão sem apagão!
Lambo as lágrimas!
Seco as feridas!
Deito-me de lado
É meu triste fado
Não quero ajuda
Sou um ser de uma outra noite repetida
Ninguém sabe onde estou!
Ninguém me ouve!
Tão pouco consegue me escutar!
Quero partir, quero fugir
Teimar e ir embora.
Quero sair!
Para lá das portas sucumbir
Fechar as portas
Ficar por agora... lá fora!

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