sexta-feira, fevereiro 12, 2010

(in) certezas

Quem dera ... pudera ...quisera ...
Doce quimera ... com sabor a primavera...
Que as palavras fluissem ... abruptas, espontâneas, meigas...
Livres, soltas e leves ...
Fecho a porta do quarto, abro o espaço ao silêncio, fecho o diálogo, abro o monólogo, fecho o amor, abro a dor, fecho os olhos e abro as lágrimas…. entre fechos e aberturas de uma vida solitária que me derrete o sorriso, dos dias em que deambulo em passos desertos, momentos incertos, num mundo cada vez mais certo, onde a única incerteza sou eu ...
E dou lugar ao risco que prefiro não correr, pois, assim tenho a certeza que a incerteza me faz conquistar, a certeza, que um dia me faria perder, na incerteza, que poderia até deixar-me apaixonar por um sorriso, que me conquistaria na certeza, por entre o vento incerto, mas nunca irás ter a certeza ... Perante tanta incerteza, tenho a  certeza que o mundo é feito disso mesmo, de sorrisos trocados, perdidos, nas trilhas da cidades, cheias de incertezas, com a certeza que o sorriso é a chave para se arriscar na incerteza….
Como ainda não se foi o medo de arriscar.. só tenho medo que um dia acorde e o sorriso não esteja mais ali, a sorrir na incerteza da certeza da vida, que hoje, é mais que incerta….. e eu ... de certeza que já estou meia perdida, rendida ao sorriso….
Só tenho mesmo medo, de a porta se abrir, do espaço ao sorriso estar fechado e de ter que abrir o silêncio para poder fechar as lágrimas...
Tudo tal como no início... incerto, sem poesia, sonho nem chama de magia...

[No meu silêncio escondem-se sempre as palavras que nunca te disse...]


P.S.: Cai o pano, cai a noite e desfaz as folhas "electrónico-(pseudo)poéticas" que eu tão simplesmente "rasgo", com um leve e simples esgar na tecla "delete"... a mesmo, que eu uso para (não) descrever os sentimentos que nutro por ti nos meus sonhos de castelos de areia, fundados numa autêntica fortaleza ... impenetrável ...masmorras onde não há lugar a estrelas brilhantes e cintilantes... A mesma noite que define o meu olhar e onde desfolho malmequeres, que rasgo sem dó, nem piedade ... ou vaidade...

3 comentários:

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

estava meio triste, sem carnaval e sem sal...sau prosa poética me alegrou nesta fim de manhã

nina disse...

Ainda bem que consegui "provocar" o esboçar de um sorriso.

(Obrigada pela visita e pelas gentis palavras)

Antônio Moura disse...

As palavras de valor não nos saltam a boca sem passar por um processo, Nina. Gosto muito do seu e das suas.