quinta-feira, março 04, 2010

Amorfa verdade

Nasci, vivi, morri…
Não sei quantas vezes!
Não, não sei…tantas talvez…
Que já lhes perdi a conta..


Como os sonhos perdidos no fundo do mar,
Atrás do muro onde brincam crianças…
Com as metafísicas nas mãos.
Atrevi-me na escuridão equacionada
Em manchas nascidas de uma noite…
Escutei o luar, como algo inatingível,
Que me dilacerava o corpo 
E me corroía a alma.
Cheirei os estilhaços da madrugada,
Num patamar qualquer, num vão sem escadas,
Onde moravam as imagens de outrora.
Fui real?...Fui feliz?...não sei!
Sou real? .. Sou feliz? ... não sei!
Serei um dia real? Serei feliz? ... não sei!
Não sei o que fui...não sei o que sou…Não sei o que serei...
E nesta realidade amorfa de sentir a verdade cravejada no meu peito.
Adormeço e embalo ao som desta loucura ...


Fiz discursos… que ninguém ouviu ...
Escrevi cartas…mas ninguém as leu …
Amei em todas as direcções … apenas fui amada numa (?)
Fiz sorrir ... mas fizeram-me chorar... 
Agarrei a nado as margens do rio ... tentaram deter-me ...
Desisti do fado e do silêncio também.

Estou cansada das fugas…
Do cansaço (he)apático do que vi(vi)
E da aparência das palavras (inúteis) que não vivi.!
(mas acho... que [ainda] não morri...)