Abraço a minha suposta solidão
Como se mais nada houvesse
Que a rima de um poema imberbe,
Ou a pintura deslavada
Rabiscada em tela de aguarela…
Erguida numa pose de estátua febril.
Sento-me num quadrado
Com três lados,
Elevada à raiz quadrada ...
Do nada…
Do nada…
Numa prova dos nove
Noves fora... nada...
Como dor indolente em mim…
Ou sentinela solitária
Que aguarda em horas abandonadas…
O desfolhar omisso de milhentas prisões
Num (des)afroxar de mitigantes razões.
Deito-me num banco, abandonado, de jardim
De pedra. Vazio. Triste. Frio. Duro.
Fustigada, varrida, exposta!
É nele onde ... por vezes me descubro...
Em linhas circulares às perpendiculares, contrárias das leis da física
Plantadas nos canteiros dos passeios…
E espero na espera mais longa, à espera
Que um mísero bêbado me traga um trago de vinho…
Que me possa embriagar os sentidos
E que depois, vomito!...
E que depois, vomito!...
(Tal como o faço com as palavras...)
2 comentários:
Lindo, Nina! Fiquei imaginando que mais importante do que o vinho, seria o mendigo para compartilhar da bebida e da solidão. Estamos sós ou somos sós?
obrigada Antônio! Como bem entendeste (tu que és tão inteligente e sensível) isto tudo não passou de uma "bela" metáfora, para dizer que - na verdade - falta o vinho e falta o mendigo!
E sim estamos e somos sós...
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