terça-feira, fevereiro 10, 2009

Maldito tempo


Maldito tempo!,
Que nem as dores acalma,
Nem afasta as más lembranças,
Nem preserva a criança
Que temos escondida na alma.

MalditoTempo!
Marcas os rostos com rugas,
Matas os sonhos,
Rasgando os desejos
Trazendo desgraças

Maldito Tempo!
Pudesse eu te aprisionar.
E sem medo ou receio de nada,
Uma valsa dançar
Esbanjar de alegria
Os dias que vão passando

Ah, tempo,
Pudesse eu te agarrar
Bem firme entre os pulsos,
Pintar uma obra-prima,
Tecer belos casulos
Bordados de luar e neblina
Para guardar meus segredos.

Tempo!
Não me prives dos meus alentos,
Preciso, agora, de construir
As pontes para o outro lado,
Romper os ventos
Abafar o pranto
Enquanto espero pelo amor,
(Que por, pura, maldade me tiraste)
Nas trevas dos desencontros.

Tempo, não vás embora
Quero ver o mar,
De longe e de perto amar,
Desfolhar amores perfeitos,
Estremecer nas auroras,
Esquecida das horas

Tempo!
Não vês que sou anjo caído,
Vagueando sem eira nem beira,
Sobre o abismo do vazio,
Procurando a eternidade
Sou filha da verdade!
Mãe da saudade!

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