segunda-feira, abril 23, 2007

OPIADA


Opiada de ti
Percorres-me os nervos todos
Inundas-me as veias todas
Como papoilas vermelhas
Meu corpo entrança-te em sonhos
Sinto-te a caminhar adentro
Aspiro-te
Como se me faltasse o ar
E os perfumes ganzam-me
Os teus batimentos atordoam-me
Como qualquer droga bem forte
Sinto-te
Olhos pedrados nas órbitas dos teus
Púpilas dilatadas no encanto dos teus
Revisto-me deles todos os dias
Revejo-me neles até nas noites mais frias
Vestida de papoilas
Com muito sol com luas por dentro
Com muitas luas trepassadas por muitos sóis
A mastigar estes sonhos
Reais como mandrágoras
Sou papoila em sangue esvoaçante
Inebriada por memórias do teu fragmento
Embalada pelas lembranças do vento
Opiada por ti
Sempre, para sempre ...
("Lost in your eyes" como diz a nossa canção)

2 comentários:

VIAJANTE DO MAR disse...

O Amor pode ser ópio!
Mas se nos inebria e engrandece, então vale a pena sermos extasiados por ele.

Bjs

Elfo disse...

Só é pena é que as Papoilas Vermelhas sejam apenas "dormideiras" - não opiáceas -, ao contrário das sua congéneres do orinte que produzem o ópio, são... brancas!

Mas uma papoila rubra tem sempre outro valor, para mim tem!