segunda-feira, abril 30, 2007

(IM)POSSIBILIDADES


Vagueava pela rua, os passos solitários iluminados apenas pela luz da lua, quando a viu ... ao longe, debruçaçada, recortada por entre o luar. Aproximou-se.
- Menina que és tão bela, atira-me as tuas tranças, quero subir até à tua janela!
A menina baixou os olhos, corou e sorriu. Feliz preparava-se para atirar as suas belas tranças, quando se lembrou que ... não tinha tranças há muitos e muitos anos, nem sequer cabelos compridos, pois tinha-os cortado há uma semana atrás!
Triste, retorquiu:
- Não posso... não possuo tranças, não terás (por acaso) tu nenhuma escada ou uma corda?
...(silêncio)
- Não, respondeu desconsolado o rapaz.
- Se ao menos tivesses uma escada, ou uma corda, poderias subir...
- Se tivesses tranças não seria preciso! Ou se não morasses num sítio tão alto ...
Desolados tomaram consciência que se deparavam com um amor impossível...
Ele afastou-se com o coração em pedaços, depois de a vislumbrar por uma derradeira e última vez. Era linda, bela, doce, suave, entrecortada pela luz da lua...
A menina ouvia os passos dele cada vez mais longe e a sombra que se tornava cada vez mais ténue no horizonte.
- Se ao menos não tivesse cortado os meus longos cabelos... se ao menos ele tivesse uma escada... ou uma corda ...se ao menos eu morasse no r/ chão... se ao menos ... se ao menos ... (repetia melancólica, tristonha e inconformada).

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