quarta-feira, março 28, 2007

DIÁLOGOS IMPREVISTOS


R. e N. encontraram-se por mero acaso. Há tanto tempo que não se falavam!. Que não sabiam um do outro. Os olhos (dos dois) brilharam ao lembrarem momentânea e espontâneamente milhares de "discussões" que em que tantas e tantas vezes se embrenharam. O diálogo foi fluindo naturalmente como se se tivessem visto ontem ou anteontem. Despotelou em mais uma "conversa filosófica" entre eles, como tanto gostavam (que saudades). Inevitável...

- Como vai a vida?
- Vai correndo ...
- Só correndo?!!
- Actualmente só correndo. Quem sabe do futuro.
- O futuro está nas nossas mãos
- Nem sempre ... nem sempre...
- Sempre. Sempre.
- Por vezes deixámo-lo escapar ... porque estamos cegos
- Por isso mesmo, está nas nossas mãos SEMPRE.
- Mas nem sempre ... Há coisas que não estão nas nossas mão, por exemplo as outras pessoas!
- Não querias mais nada ter o futuro dos outros nas tuas mãos. Isso não é o teu filha.
- Pois ... mas por vezes dava jeito ... (principalmente na "correspondência" amorosa
- Para quê?? Dasse nem pensar.
- ... Não estás a entender...
- Ou se está incondicionalmente ou mais vale não estar... vai por mim bébé.
- ...
- Quando digo nas minhas mãos é no sentido de saberes (teres a capacidade de) escolher a pessoa ... (certa)
... E nao se perder tempo com quem não merece a pena!
- Essa cena não pode ser procurada tem que acontecer... digo eu né.
- Pois não. Tens razão, mas dava jeito ter a SORTE de se encontrar. O pior de tudo é quando pensas que encontraste e ela escapa-se por entre os dedos feito areia fina do deserto, sem saberes muito bem nem como nem porquê.
- Pois aí é a providência, o livre arbitrio, a própria vida.. a forma como a encaras a tua personalidade.. tu, tu unicamente. Tu que tens que avaliar e acima de tudo o coração tem que pular... explodir... dizer à mente ((((( é isto tudo burro )))))
- Se não for é porque não era essa pessoa! Quando entenderes isso... vais ser uma pessoa muito melhor com a vida.
- Eu sei já compreendi isso há muito tempo. Culpa dos nossos pais e da sociedade, dessas palermices dos contos infantis com finais felizes que nos impingiram, que nos criaram muitas expectativas e nos fizeram ver um mundo irreal e cor de rosa. Quando (e se) tiver filhos acabaram-se os contos e nada de barbies e merd@s afins ou então nota de rodapé (em letras bem GRANDES)de que são meras ESTÓRIAS. Toda e qualquer semelhança com a realidade será pura e mera coincidência. Ah (suspiro) ... Essa pessoa pura e simplesmente não existe!.
- Ai, nao existe não... Enquanto pensares assim não existe não senhora... podes escrever....
- Somos nós que criamos as expectativas e não os outros (alguém me disse isso há algum tempo! Acho que foi uma espécie de aviso, que eu não soube ler (as entrelinhas) entretanto. Mas o recuo do tempo permite-nos ver e enxergar melhor as coisas.
- Ya mocinha...... um dia vais olhar para trás e vais ver que isso tudo fez o melhor dos sentidos.
- SIM. Vemos melhor... mas por outro lado vamos mudando para pior...
- NÃO. A ave da minerva levanta sempre ao entardecer..... mudamos sempre para melhor... Sempre.
- Em alguns aspectos. Porque noutros não! Por exemplo, hoje em dia estou mais "fria", mais descrédita nas pessoas.
- ...
- E principalmente ... no amor.
- Como queiras, desde que cresças e tentes sempre ser feliz e vertical contigo própria... acreditares ou não nas pessoas é e sempre será um problema teu... que tens que resolver.... porque amor tu não estás mais fria com os outros.
- Tu estás mais fria contigo mesma.
- :( concordo. (pelo menos não tento aproximar-me muito das pessoas, manter distâncias é o melhor.
- Hum .. quando mudares de opinião nao te esqueças, avisa-me ...
- ...
- Sê feliz mocinha..... nem que seja nessa conchita... mas pelo menos sê feliz..
- ...
- ... Estou a tentar...

Despediram-se, R. estava de partida para as Áfricas, outra vez! N. desejou-lhe uma boa viagem. Até uma próxima conversa ... SÊ MUITO FELIZ "mocinho".

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