Agora que temos novo referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez, ocorre relembrar antes de 11/02, o poema de Natália Correia.
"O acto sexual é para ter filhos" - disse na Assembleia da República, no dia 03 de Abril de 1982, o então deputado do CDS João Morgado num debate sobre a legalização do aborto.
A resposta de Natália Correia, em poema - publicado depois pelo Diário de Lisboa em 5 de Abril desse mesmo ano - fez rir todas as bancadas parlamentares, sem excepção, tendo os trabalhos sido interrompidos por essa razão:
"O acto sexual é para ter filhos" - disse na Assembleia da República, no dia 03 de Abril de 1982, o então deputado do CDS João Morgado num debate sobre a legalização do aborto.
A resposta de Natália Correia, em poema - publicado depois pelo Diário de Lisboa em 5 de Abril desse mesmo ano - fez rir todas as bancadas parlamentares, sem excepção, tendo os trabalhos sido interrompidos por essa razão:
Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração!
- uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.
(Natália Correia - 3 Abril 1982).
(Natália Correia - 3 Abril 1982).
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