segunda-feira, junho 13, 2011

Memórias indeléveis...

“Se formos capazes de converter o que quer que estejamos tentando lembrar em vívidas imagens mentais e então rearranjá-las em algum tipo de espaço arquitectónico imaginário, conhecido como palácio da memória, as lembranças podem se tornar indeléveis.”


São as memórias que sustentam a leveza do ar,
num exercício renovado de mistérios lentos
anunciadores dos sonhos.

Vivem em nichos vagabundos
perto do ruído das ruínas,
longe dos rios que não descansam
no ombro da margem
num tempo para fruir a leveza dos malmequeres
abruptos dos caminhos.

Acendem-se noutras memórias
e refazem os aromas antigos,
as cores redundantes
da paisagem que flui, já ontem...

(Vieira Calado)

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