Vagueando pela noite escura,
Sob a luz lusco-fusca esverdeada
Dos placards de néon,
Olhava o vazio
Sentia frio. Chovera.
Nas esquinas empoçadas,
Nas montras mal iluminadas,
Reflectia-se e sentia
Que não se reconhecia.
Uma saudade de sombras
Cravava-lhe a alma
Vazava-lhe o peito.
Pensou em atirar-se do viaduto!
Demasiado urbano!
Pensou mandar-se ao rio!
Mas isto nem era rio!
Aquela água fétida e escura
Cheirando a esgoto
Sabia a desespero!
Pensou em tantas coisas
Meditou em tantas saídas.
Mas recusou-se
A fazer aquele teatro,
Que se dizia mágico,
E que se oferecia aos génios e aos loucos.
Não! Não era chegada a hora
De ir parar à maca
De ser esventrada à faca
E se mostrar assim
Fria, inteira e ... nua.
Não agora!
No meio da rua...
2 comentários:
Que texto forte, Nina!
Sorry não pretendia chocar ninguém" Tentei (apenas) colocar-me na pele de alguém desesperado e que pensa em suicidio ... e as palavras fluiram demasiado fortes se calhar (não é autobiográfico)
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