Na noite
No dia
O mel
Que semeias
Escorre em mim
Como se foras rio,
Nas margens algadas
Incontidas
Do meu ser
Fluis na inclinação da luz
Alma liquefeita
Incendias com a voz
A impenetrável carne
De sensualidade madura
E imperfeita
Escorres em lava,
Sem medo
No anseio
E no tremor
Tamanha ousadia
Que pressinto
No ocultar da palavra
Escorres em mim,
Tal cascata d’agua,
Sob a terra sedenta
Do manejo rubro da lavra
Escorres
Por mim toda
Teu corpo
Percorre
Sobe
Numa paixão intensa
Numa candura imensa
De cor quente
Meu peito sente
Mas não te conto
Que o ar é de cristal
E pode explodir
Num abismo de mãos sem final
Num canto da boca
Não dá para fugir
Mas não te conto
Que o ar é de cristal
Que pode explodir
É segredo ...
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