sexta-feira, julho 14, 2006


O DESCONHECIDO

Podia amá-lo...
Se ele deixasse..
Se ele me olhasse...
Podia amá-lo
Se ele pudesse
Se ele (me) quisesse

Podia amá-lo
Ao primeiro olhar
Num brilho entreaberto por descruzar
Escassos segundos de fixação
Primeiro mental, insistente e permanente
Depois mais física, mas sempre de fugitiva recorrente

Podia amá-lo
Num instante de mãos e dedos entrelaçados
Num suspiro cortado de desejo
Em silêncios entrecortados
No momento da troca de um beijo

Podia amá-lo
Até desaparecer de vista
Sei que o amor podia ter sido

(ter sido)

O que quer que tivesse acontecido
Seria ... (não sei.. porque não foi)
Foi irreversivelmente perdido
... Foi esquecido

Já não brilha a luz
(Do teu olhar no meu)
Já não te vejo a sonhar
Já não se cruzam as nossas mãos e os dedos
Já não te encantam os sons do nosso falar
Já não procuras no meu corpo os meus segredos
Já não te vejo mais a sorrir
Nem sequer a chorar

Imagem do meu desejo
Irracional, meio mágico
Não sei se foi por mero acaso
Ou destino meio trágico
Que te (des) encontrei e te fiz caso

Fui no começo um vão de remoinho
Derretida lava de vulcão
Plácido turbilhão
Força bruta de um furação
Depois no final saí
Devagarinho ... de mansinho!
Sem dares por mim
(Depois da tempestade vem a calmaria)

Teria sido o fim se... tivesse havido um começo

2 comentários:

Anônimo disse...

Greets to the webmaster of this wonderful site! Keep up the good work. Thanks.
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José Fernandes disse...

Olha, Niña, e se eu te roubasse o poema?