quinta-feira, setembro 14, 2006

MORRI
(Re)Lembro hoje...
Não sei bem porquê
O tempo que foge
E que um dia...
Não sei bem como, nem porquê
Morri
No meio dos teus sorrisos
Das tuas artimanhas mágicas, artes e traições
Algo me atordoou
Algo me despedaçou
Mas não sei bem o quê
Fiz-me cacos, em pedaços
Algo se tornou dor
De que matéria se faz o amor que ninguém vê?
Morri
No meio das minhas (salgadas e) teimosas lágrimas
Que cairam no meu livro de desgostos
De que se faz o amor que não se lê?
No meu conto de desassossegos
Continuo a virar as páginas
Tentando apagar o teu rosto
Procurando descobrir o meu rasto
Morri
No meio do que era teu
Do que pensava ser eu
No limiar do tempo e do mundo
Entre o céu e o mar
Ainda continuo a nascer
Num furioso Tsunami
津波
(Significando literalmente onda de porto
Ou uma série delas que ocorrem após perturbações abruptas
E que deslocam verticalmente a coluna de água)
Continuo a renascer
Num sangue de esperança
Que só actua no papel ... por escrever
Morri
Nas palavras que ficaram por dizer
No caos e estilhaços que juntei, colei e uni
Até que mão desatenta e descuidada
Me tente, afague e pegue outra vez
Me solte a mente, me desenhe o corpo
Me afaste, largue e me parta de novo
Que sentido terá o amor que não se crê?
Mas mesmo que me sinta perdida
E ainda ressentida
Tantas vezes incentivada
Outras tantas desmotivada
Ainda me sinto ... VIVA

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