«Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
A minha face? »
(Cecília Meireles)
P.S.: É estranho como certos poemas nos assentam que nem luvas...revejo-me neste poema a cada palavra, cada frase, cada soneto, na interrogação "em que espelho ficou perdida a minha face?", meu rosto sempre tão triste, o olhar vazio e o coração feito navio, sem rota, vagueando sem destino, aguardando ir ao fundo...?!
2 comentários:
como te compreendo....por vezes parece que estamos à beira de um abismo, prontos para nos deixarmos ir, rodeados de pessoas à volta e ninguém faz nada, ninguém nos presta atenção. como se ninguém se importasse. Mas acredita que existe sempre alguém ou algo que nos leva a não dar o tal passo em frente. E mais cedo ou mais tarde perceberemos porque não nos deixamos ir.
para ti...ninna...pelo prazer da cecilia!...
"te amo en silencio
e só o silencio sabe."
besos.
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