domingo, setembro 14, 2008

Dever de sonhar



Eu tenho uma espécie de dever, dever de sonhar, de sonhar sempre, pois sendo mais do que um espectáculo de mim mesmo, eu tenho que ter o melhor espectáculo que posso.
E, assim, me construo a ouro e sedas, em salas supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho entre luzes brandas e músicas invisíveis.

Fernando Pessoa


E é por isso que eu sonho, sou uma eterna e compulsiva sonhadora, vivendo e coexistindo entre dois mundos (sobrepostos, paralelos e antagónicos): o real e o imaginário.
Faço do primeiro uma ilusão e uma espécie de presente; do segundo, minha redenção, substância e a ponte de passagem para o futuro (que sempre se quer risonho e real).
Viver a vida sem sonhos, não vale a pena, seria a mesma coisa que um pássaro trancado na gaiola, com asas, mas sem liberdade para poder voar.
Assim:

"Que nada nos limite

Que nada nos defina

Que nada nos sujeite

Que a liberdade seja

a nossa própria substância."

(Simone Beauvoir)

Um comentário:

Blue Moon disse...

Cada vez gosto mais de "te" ler. Depois de ler este post, só te posso dizer para continuares a sonhar. Acordada, a dormir, de pé ou sentada ou até a fazeres o pino, sonha! Porque são os sonhos que guiam a nossa vida, que fazem de nós aquilo que somos e o que seremos. Faz do teu mundo imaginário o mais real possível. (Um beijo de outro sonhador)