terça-feira, junho 05, 2007

Tristeza minha


É quando procuro a tristeza que percebo que faz parte de mim! Sempre fez ... Sempre fará!

É quando penso que fujo dela, que ela mais me aperta e me puxa a si.

Choro, choro-te na vontade própria de uma criança que deseja o mundo inteiro.

Abraço-te Tristeza minha, abraço-te se me abraçares, tu também, e me entranhares no brilho opaco e baço do meu pensamento.

Preciso do aconchego dos teus braços vestidos de lágrimas e prantos solitários onde o silêncio é o mote de cada instante nosso.

Preciso das tuas carícias frias, preciso olhar a tua mágoa e sentir o grito que em mim assombra o triste sorriso fingido.

Olha-me nos olhos e abarca-me nas tuas mãos sem tempo nem história para contar. Que importa o tempo quando a alma é eterna (e não é pequena...), quando o sentimento é linha traçada sem princípio, meio nem fim?

Não sou capaz de esticar o céu, não o consigo alcançar, não cabe em mim o tamanho-vasto-infinito- enorme-noite do teu toque negro, nem o espaço interessa quando o que sou é nada, dentro de outro nada, feito de nada, querendo o tudo do nada, o nada do tudo. Não me deixes, Tristeza mansa.

Não me largues Serenidade de olhos rasos, aperta-me a mão e faz-me chorar contigo em torrente de lava ou corrente lenta contrária ao rio da vida.
Não me abandones, não me deixes só Tristeza minha...

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