terça-feira, março 20, 2012

Cada Primavera é (como) um regresso ...

Oculta pelo vermelho sangue da dor, (a)guardo o momento exacto para me manifestar, o raio de luz concreto e correcto para oferecer (ou afastar) o tom melancólico da memória onde o momento é um regresso a um outro momento (qualquer).
Enquanto as ondas se quebram contra as rochas, salpicando com lágrimas de sal teimosas, o tempo ingrato e ímpar abandona-se em turbilhão no oceano escuro e profundo (do) que (eu) fui um dia...
Quanto mais vivo, mais me afasto, mais regresso, pois cada primavera que passa perde a originalidade da anterior, toda...via adquire um tom mais familiar que me envolve sem (muitos) receios como uma tarde calorosa passada à sombra de um sobreiro onde o único movimento perceptível é o viajar constante das nuvens e a cor sempre a mudar... a mudar no silêncio que é só meu... o céu, as árvores, as searas e até o chão da estrada que pisei antes.. variam de cor conforme o sol se atravessa do esplendor ao abandono do entardecer ...

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