sexta-feira, agosto 31, 2007

... e nunca te disse!



Foto: Sissi 2006 "As amarras da alma"


Amo-te ... e nunca te disse
Assim o coração o decidiu
Amo-te ... e nunca te disse
Assim a vida o permitiu

Meras palavras soltas ao vento
Sílabas que atravessam o ar
Palavras presas no tempo
Frase suspensa num luar

Sentimento guardado na alma
Sonho fechado no coração
Paixão que jamais se acalma
Amor sem qualquer explicação
Amo-te ... e nunca te disse
Digo agora!

Ao vento que passa,
No ar que respiro,
No tempo inacabado,
Num gesto suspenso,
Num segundo de minuto disperso,
Num simples suspiro,
Num ser de corpo vazio,
Num nada concreto,
Num tudo perverso,
Num sentir absoluto
Num silêncio absurdo ...


... Amo-te ...
... E nunca te disse ...


segunda-feira, agosto 27, 2007

CONFIANÇA


Enviaram-me esta história por email (thanks M.), não conhecia... Gostei muito e deu-me que pensar!



Havia um lenhador que acordava às 6 da manhã, e trabalhava o dia inteiro só parava muito tarde, já de noite. Esse lenhador tinha um filho lindo, e uma raposa sua amiga, tratada como bicho de estimaçao, era de sua total confiança. Todos os dias o lenhador ia trabalhar e deixava a raposa cuidando do seu filho. Ao retomar do trabalho, a raposa ficava feliz e contente com a sua chegada.

Os vizinhos desse lenhador alertavam que a raposa era um bicho selvagem, e portanto não era confiável. Quando ela sentisse fome comeria a criança, o lenhador, sempre retrocando com os vizinhos argumentava que isso era uma parvoíce, a raposa era amiga e jamais faria isso!

Os vizinhos insistiam:

-Lenhador abra os olhos! A raposa vai comer o seu filho!

-Quando sentir fome comerá o seu filho - repetia outro.

Um dia, o lenhador exausto do trabalho, cansado desses comentários, resolveu voltar para casa mais cedo, e ao chegar a casa viu a raposa sorrindo como sempre, e a sua boca suja de sangue... Ele suou frio, e sem pensar duas vezes meteu o machado na cabeça da raposa.

Ao entrar no quarto, desesperado, encontrou o seu filho no berço dormindo tranquilamente, e ao lado do berço, uma cobra morta.

O lenhador amargurado e angustiado, enterrou o machado e a raposa juntos.


Moral da história: se confias em alguém ,não importa o que os outros digam ou pensem a esse respeito. Nunca te deixes influenciar. Sê tu proprio e segue o teu coração ...

domingo, agosto 26, 2007

Rapto

Um dia destes rapto-te ...

Juro que te rapto

E nem peço resgate.

Mas não te preocupes

Rapto-te apenas

Com o teu consentimento...

E escondo-te nos meus sonhos

Nas minhas ilusões,

Nas minhas sensações...

Abro-te as portas

Do meu mundo

E deixo-te entrar...

Sem vendas,

Sem mordaças,

Sem amarras,

Sem algemas,

Apenas tu...

Um dia destes...

Juro que te rapto

Torno-te sonho

Ilusão

Sensação...

E nem vou pedir resgate.

sábado, agosto 25, 2007

ELOGIO AO AMOR

"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas.Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber.Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão.Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e é mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática.O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, banançides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona?
Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos.Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra.A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessýria. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz.Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."

Miguel Esteves Cardoso in Expresso


quinta-feira, agosto 23, 2007

Madeleine - O princípio do fim



Jornalista da RTP pode ser processada pelos McCann


"Os pais de Madeleine querem processar a jornalista da RTP, Sandra Felgueiras, por difamação, afirmando que, num directo, a repórter terá insinuado que Kate teria matado a filha."

(retirado do Sol)

http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=51955&dossier=Madeleine.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspxcontent_id=51955&dossier=Madeleine

Novamente o caso Madeleine na ribalta, acordei hoje inundada com notícias, na TV, nos jornais, nas notícias on-line, nas conversas de café!
Sinceramente, já não há "pachorra"! Até porque cada dia que passa tudo fica mais óbvio e claro, apesar das notícias contraditórias que vão saindo cá para fora, na imprensa nacional e estrangeira (já para não falar nos "sensacionais" jornalistas britânicos, apetece-me dizer: «cresçam e apareçam, ou seja, tenham juízo»! Enfim!).
Comentários à parte, mais os dias passam, mais a "minha teoria" ou cenário parece estar quase a comprovar-se! Aguardam-se mais notícias para este "triste e inacreditável caso policial/ jornalista" tenha FIM (todos sabemos qual é... faltam apenas alguns fios da meada que estão soltos ou emaranhados...).
Tenho pena, se o meu feeling se vier a comprovar (não vou aqui referir qual é, para não ferir susceptibilidades, mas que já tenho desde o primeiro mês do desaparecimento da menina), vão rolar muitas cabeças e dar-nos conta que andámos (mais de) 100 longos dias a fazer figura de URSOS. Como o ser humano continua a ser muito ingénuo!...
Quiçá esta história não dará um bom trailer psico-policial?!

domingo, agosto 19, 2007

Boa sorte/ Good luck

Um bom encontro é de dois ... por isso ... Boa sorte para ti, good luck to me!

«É só isso
Não tem mais jeito
Acabou, boa sorte
Não tenho o que dizer
São só palavras
E o que eu sinto
Não mudará
Tudo o que quer me dar
É demais
É pesado
Não há paz
Tudo o que quer de mim
Irreais
Expectativas
Desleais
That's it
There is no way
It's over, Good luck
I have nothing left to say
It's only words
And what l feel
Won't change
Everything you want to give me
It too much
It's heavy
There is no peace
All you want from me
Isn't real
Expectations
/ Tudo o que quer me dar
É demais
É pesado
Não há paz
Tudo o que quer de mim
Irreais
Expectativas
Desleais
Mesmo, se segure
Quero que se cure
Dessa pessoa
Que o aconselha
Há um desencontro
Veja por esse ponto
Há tantas pessoas especiais
Now even if you hold yourself
I want you to get cured
From this person
Who poisoned you
There is a disconnection
See through this point of view
There are so many special people in the world
so many special people in the world in the world

All you want
All you want
Tudo o que quer me dar /Everything you want to give
me
É demais / It's too muchÉ pesado / It's heavy
Não há paz / There is no peace
Tudo o que quer de mim / All you want from me
Irreais/ isn't real
Expectativas / Expectations
Desleais
Now we're Falling into the night
Um bom encontro é de dois»

Vanessa da Mata Feat Ben Harper

sábado, agosto 18, 2007

ESQUEÇA!

Esqueça..se ele não te ama
Esqueça..se ele não te quer
Não chores mais, não sofra assim
Porque eu posso te dar amor sem fim

Ele não pensa, em querer-te
Te faz sofrer e até chorar

Não chores mais, vem pra mim
Vem, não sofra, não pense..
Não chores mais, meu bem..

Marisa Monte

(Adoro esta música...)

Constatando...


Pior que não te ver

É ver-te

E não te ter...

quinta-feira, agosto 16, 2007

Sou virgem no amor


Não tenhas ciúmes
Do passado
Que passou.
Dos corpos que abracei

Das bocas que beijei
Das pessoas que tive
E que esqueci.

Toma-me.
Sou virgem no amor
Que sinto por ti.
Como rosa branca
Pura, imaculada
Sem mancha
Resguardei-me para ti

Na paixão que (me) arrebata.
No sentir que me amarra
Não tenhas ciúmes.

Como gaivota ao sabor do tempo
Nas dunas batidas pelo vento
Não consegues sentir
Quando unimos os corpos
Que o prazer de te possuir
É a delícia infinita
De quem só conheceu um (único) amor

O (NOSSO) SILÊNCIO


O teu silêncio...
Os dias vazios
Sem a tua presença
Provocam em mim
A insegurança
A eterna angústia
Que me dilacera

No meu silêncio...
[a que me o(a)briguei]
Pressinto o frio da noite
O fim do sonho
O mero engano
A duplicidade
Desta estranha cumplicidade

O misterioso bailar
De quem tem receio de amar
Não sei se me atrevo ...
... a recomeçar
Se te deixo entrar
Se te faço parar...
Não sei se te amo...
Se apenas te desejo...
Neste impulso carnal-divinal
Deveras abismal...

quinta-feira, agosto 09, 2007

Bloody men


Bloody men are like bloody buses -

You wait for about a year
And as soon as one approaches your stop
Two or three others appear.
You look at them flashing their indicators,
Offering you a ride.
You're trying to read the destinations,
You haven't much time to decide.
If you make a mistake, there is no turning back.
Jump off, and you'll stand there and gaze
While the cars and the taxis and lorries go by
And the minutes, the hours, the days.

Wendy Cope

segunda-feira, agosto 06, 2007

LES FEUILLES MORTES



Recordo-me deste poema da minha infância de Jacques Prévert (1945) les Feuilles mortes, que tem tudo a ver comigo. Gosto do outono, das folhas caídas, dos jardins num final de tarde com os seus bancos vazios e as folhas a esvoaçarem como se levassem todos os sentimentos por aí fora sobre o vento, sobre o céu... acho romântico...
Descobri hoje (e esta hein?!!!!) que foi adaptado para o inglês por Johnny Mercer do qual resultou na belíssima canção "Autumn Leaves" (When you went away) cantada por Eva Cassidy. E ainda por cima tenho a canção. Imperdoável não ter reparado :(
Descubram as diferenças ... :)

Oh ! je voudrais tant que tu te souviennes
Des jours heureux où nous étions amis.
En ce temps-là la vie était plus belle,
Et le soleil plus brûlant qu'aujourd'hui.
Les feuilles mortes se ramassent à la pelle.
Tu vois, je n'ai pas oublié...
Les feuilles mortes se ramassent à la pelle,
Les souvenirs et les regrets aussi
Et le vent du nord les emporte
Dans la nuit froide de l'oubli.
Tu vois, je n'ai pas oublié
La chanson que tu me chantais.

[Refrain:]
C'est une chanson qui nous ressemble.
Toi, tu m'aimais et je t'aimais
Et nous vivions tous deux ensemble,
Toi qui m'aimais, moi qui t'aimais.
Mais la vie sépare ceux qui s'aiment,
Tout doucement, sans faire de bruit
Et la mer efface sur le sable
Les pas des amants désunis.

Les feuilles mortes se ramassent à la pelle,
Les souvenirs et les regrets aussi
Mais mon amour silencieux et fidèle
Sourit toujours et remercie la vie.
Je t'aimais tant, tu étais si jolie.
Comment veux-tu que je t'oublie ?
En ce temps-là, la vie était plus belle
Et le soleil plus brûlant qu'aujourd'hui.
Tu étais ma plus douce amie
Mais je n'ai que faire des regrets
Et la chanson que tu chantais,
Toujours, toujours je l'entendrai !

[Refrain]

Encosta-te a mim

Porque sim... porque vale a pena ... porque me apetece... porque estou de férias... porque ando sem inspiração para a "escrita"... porque ando mais virada para a música... porque ando com uma preguicite agudíssima... porque ando encostada ... porque o PC também tem direito ao descanso :) ... aqui deixo o tema principal do novo álbum do "dinossauro" Jorge Palma. Sublimes a letra e a música, para não falar na curiosidade do video clip com o maior número de "gente famosa" por metro quadrado ... reconhecem-nos? ;) Quase todos ligados às artes e amigos do autor, o encontro da velha com a nova geração :)





Encosta-te a mim,
nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim,
talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim,
dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou,
deixa-me chegar.
Chegado da guerra,
fiz tudo p'ra sobreviver em nome da terra,
no fundo p'ra te merecer
recebe-me bem,
não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói,
não quero adormecer.
Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
Encosta-te a mim,
desatinamos tantas vezes
vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.
Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.
Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo o que não vivi,
um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.

Jorge Palma - Encosta-te a mim...

quarta-feira, agosto 01, 2007

Pelo sonho é que vamos


Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.


Chegamos? Não chegamos?


Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.


Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.



Chegamos? Não chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.



( Sebastião da Gama)